Na
frágil transparência do verso,
Claramente,
versificava as coisas
Claras
de luz-cor e equilíbrios de sombras.
No
hemistíquio-pausa, era a luminosidade geométrica,
carregada de gestos calculados:
O
traço forte do aceno, a matinal clareza do sorriso,
O
pêndulo da vida na oscilação dos lábios-palavras...
Esboçava
indecifráveis radiâncias corporais em discursos óbvios:
Montanhas,
ventos, mímicas, gramática,
Dias
que são o futuro, horas tardias e vícios...
Essas
pequenas banalidades que são de qualquer um
Obrigavam
os outros a dizer que dava pena ouvi-lo,
Que
tudo não passava de ficção. Coitado!
Mas
talvez ele, numa compreensão maior, acreditasse
Que o
destino está na forma como articulamos as palavras,
Como
cumprimos os nossos gestos,
E que
a verdade não se procura,
Provoca-se