A
imagem pode ser a de um patrono
Ou
a de uma mão que guie o destino.
Deve
ainda haver todas as orações,
Impensáveis
ladainhas, em não menos pensáveis horas.
Para
causa, inventemos uma cegueira
Curável
apenas por milagre!
Depois,
temos o ser vivo,
Esse
mesmo que padece de cegueira
E
que vai precisando da ajuda do outro,
Um
que pouco diz e, quando diz,
Não
quer dizer nada. Nada que se entenda.
Passeiam
assim, de trela, há muitos anos desta vida.
Há
milhares das outras.
Um
é a luz do outro. O outro é-lhe a sombra.
Eles
não sabem, mas as suas vidas,
Incompreensível
união,
São
a voz do destino sem fim e sem razão.
São
também o movimento da alternância
Cósmica
no tempo.
As
orações, ao contrário do que pensam,
Não
vão salvar ninguém da cegueira,
Ajudarão
tão-só a valorar o outro.
O
milagre, esse, será noutra vida,
Quando o cego não ladrar e entender que já
foi o seu cão