segunda-feira, 14 de julho de 2014

Estranha Alegria





Observava-o.
Banalidade típica,
Com o seu café, o seu cigarro, o seu Croft...
Homem de tantas vidas,
Magma de símbolos...
Fumava.
Tentava esquecer, julgo,
Esse calor ígneo das marcas da memória:
A seta que trespassou o ventre celta...
A carícia tácita que alguma vez cessou...
O anel eterno que estigmatizou o dedo da velhice...
E, porventura, a grafia apaixonada que o condenou no tempo...
Anos ante Christum...
Voltavam, no entanto, esses vestígios.
Voltavam, porque os gravara.
Gravara-os, para que houvesse a sua História
E testemunhasse que, outrora, fora outro
E que esta sua nova cara
Não era senão o porquê da ânsia da sua primitiva busca...
Sempre o vulcão reacende, compreendi.
Sempre o rasto da lava reaviva
As flores e os trilhos devastados...
Não,
Não há acasos em ser o Homem de hoje